
Comprei o livro "O Caçador de Pipas" em setembro deste ano, mas evitei de lê-lo por me parecer especial demais para ler em qualquer momento. Falando desse meu "trauma" com Rosinha, ela me convenceu a começar a ler por que, segundo ela, "não existe hora boa ou ruim pra começar a ler um livro". Foi o que fiz, conseguindo concluí-lo no sábado, dia 03/11/2007.
Nos primeiros capítulos, achei a linguagem infantil e as ideias bobas, então, novamente apelei pra Rosinha que me veio com mais uma frase: "É assim mesmo, é pra percebermos a personalidade de Amir. Chega um capítulo, não lembro qual, que a gente não pára mais de ler". E foi isso que aconteceu. Na verdade, lembramos perfeitamente qual capítulo não paramos mais de ler, mas se contarmos, perderá a surpresa do livro.
O livro é bem escrito, tem muita descrição o que nos faz imaginar os traços das pessoas, os ambientes e os costumes da região do Afeganistão. É possível imaginar o Afeganistão antes e depois da guerra e também perceber um povo forte, com princípios, que se perdeu em sua própria ignorância e numa guerra desigual.
Tem algumas coincidências no livro que o faz parecer um roteiro de filme ou novela e, às vezes, me peguei imaginando e acertando, o que o autor narraria adiante. Isso me fez ficar em dúvida se é algo bom ou ruim em um livro. Outra coisa que não gostei foi o final porque, nesse ponto, sou meio afegã, gosto de saber o final e de saber que é um final feliz. É como assistir uma novela e, após a mocinha sofrer muito, não consegue casar com o mocinho. Talvez essa característica seja positiva para muitos leitores.
Eu o recomendo. Não é livro pra rir e sim pra chorar, viver, imaginar e entender um pouco sobre um povo tão sofrido e tão orgulhoso. Comece a qualquer momento, leia com qualquer idade.
Na wikipedia tem detalhes sobre o livro. Aviso que conta boa parte do enredo, então pode perder um pouco a graça.
Um comentário:
Tem algo que não coloquei aí e lembrei ao conversar agora com Rosinha: Uma vida que começa com mentiras, será sempre uma mentira
a menos que alguém quebre este silêncio.
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