Ler é algo maravilhoso, mas é difícil começar porque, diante de tantas opções, não sabemos qual escolher. Na maioria das vezes, nos deparamos com gostos diferentes do nosso e isso, de alguma forma, nos inibe de começar a ler.
Nas escolas nos indicam Iracema, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Mulato e alguns outros bons livro, mas que são chatos quando não pegamos o jeito de ler e abstrair o rebuscamento da época.
Por isso, decidimos criar este blog para indicar os livros que lemos, como os classificamos, fazer uma resenha, indicar sites para baixar livros, enfim, incentivar quem deseja iniciar uma boa leitura ou continuar nesse mundo de troca de informação tão brilhante.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

As Intermitências da Morte


Título: As Intermitências da Morte
Autor: José Saramago (1922, Portugal)
Ano: 2005
Editora: Companhia das Letras

Escondido entre livros que nunca li estava o romance de José Saramago, As Intermitências da Morte. Considerando que, depois que estou morando só, tempo é algo que tenho de sobra, resolvi lê-lo.

A princípio o livro é difícil de ler, digo até que Machado de Assis ficou simples diante dos devaneios de Saramago. Os diálogos não são organizados por travessão, a linguagem é rebuscada e crítica.

Com o passar dos capítulos, já lia os diálogos sem travessão com tranquilidade. Também me acostumei com as palavras e nem percebia tanto o rebuscamento. Até me simpatizei com aquele jeito de escrever, Para mim é algo que senti também quando me acostumei com Machado de Assis. O difícil se torna atraente, assim como na vida.

Outra dificuldade era ter que voltar uma ou duas páginas porque, na tentativa de ler um pouco mais, me perdia num sono e não lembrava a leitura no dia seguinte, fato pouco comum em outros livros.

A história não é original, eu já pensava muitas vezes como seria o mundo sem morte, sabendo o quanto a morte é importante para a vida. Original mesmo são as inúmeras situações descritas na fase um, não exatamente pela ausência da morte e sim pelo desespero humano diante desta perda. Importante ressaltar a humanização da morte, fato que torna o livro empolgante e ocorre com intensidade na fase dois do livro. O final, fase três? O resurgimento da morte. Surpreendente.

O que posso concluir é que se quiser algo diferente, algo para trabalhar os neurônios, leia este livro. Não se assuste com as primeiras folhas; acostume-se, vá adiante. Assim que chegar de 1/3 a 1/2 do livro, tudo ficará mais interessante e se chegar ao final, dê um sorriso de satisfação e compartilhe a felicidade com a morte.