Ler é algo maravilhoso, mas é difícil começar porque, diante de tantas opções, não sabemos qual escolher. Na maioria das vezes, nos deparamos com gostos diferentes do nosso e isso, de alguma forma, nos inibe de começar a ler.
Nas escolas nos indicam Iracema, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Mulato e alguns outros bons livro, mas que são chatos quando não pegamos o jeito de ler e abstrair o rebuscamento da época.
Por isso, decidimos criar este blog para indicar os livros que lemos, como os classificamos, fazer uma resenha, indicar sites para baixar livros, enfim, incentivar quem deseja iniciar uma boa leitura ou continuar nesse mundo de troca de informação tão brilhante.
Nas escolas nos indicam Iracema, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Mulato e alguns outros bons livro, mas que são chatos quando não pegamos o jeito de ler e abstrair o rebuscamento da época.
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quinta-feira, 23 de abril de 2009
Travessuras da menina má
Título: Travesuras de la niña mala (Travessuras da menina má)
Ano: 2006
Autor: Mario Vargas Llosa
Editora: Alfaguara - Editora Objetiva
Tradução: Ari Roitman e Paulina Whacht
Personagens principais: Ricardo Somocurcio (Ricardinho; bom menino) e Otilia (Lily, a chilenita; a camarada Arlette; madame Robert Arnoux; Mrs. Richardson; Kuriko; madame Ricardo Somocurcio e menina má)
Essas semanas pude ler o famoso livro Travessuras da menina má, de Mario Vargas Llosa. Uma amiga me emprestou com a seguinte observação: - No inicio é um pouco chato, mas depois fica ótimo. Todos aqui leram e gostaram. Diante de tal afirmação, me senti obrigada a ler as inacabáveis páginas monótonas até encontrar algo bom.
A trama tem início no Peru, em 1950 quando Ricardinho conhece as chilenitas e se apaixona por uma delas, Lily. Para ela é amizade, mas para ele é o início de uma paixão sem fim.
O destino separa os dois até Ricardo realizar o sonho de morar em Paris, trabalhando como tradutor. Lá, por destino, encontra a camarada Arlette que, nada mais, nada menos, era a chilenita. Após um encontro amoroso, a guerrilheira precisa ir a Cuba e os dois se seperam. O bom desse capítulo é justamente entender um pouco sobre as revoluções dos anos 60 e perceber que, assim como o Brasil, tantos outros países sofreram e mudaram com a revolução.
O trabalho de tradutor leva Ricardo à Inglaterra onde, novamente por destino, encontra o conterrâneo Juan, o retratista de cavalos. Por intermédio dele conhece madame Robert Arnoux, a esposa do membro da Unesco, sua chilenita. A chilenita transforma-se na senhora Arnoux para fugir de Cuba em segurança. Novamente a história de amor é breve até que a chilenita largue tudo para viver com Mrs. Richardson, um homem com mais dinheiro e poder que Robert Arnoux. Nesse contexto, o melhor é a história de Juan, do movimento hippie, da decadência ocorrida pelo uso de drogas e o surgimento da AIDS.
O ápice do livro ocorre no quarto encontro entre Ricardo e a chilenita, através de Salomon Toledano, o intérprete do Chateau Meguru. Ricardo e Salomon vivem uma breve amizade até que, a trabalho, Salomon vai ao Japão e lá se apaixona por uma japonesa que conhece a menina má. Sabendo dessa notícia, Ricardo vai ao Japão e encontra chilenita que vive com o sr. Fukuda, um marfioso sadomasoquista. Ricardo tem, nesse momento, a pior decepção de sua tímida vida.
Afastados mais uma vez, Ricardo e a chilenita se encontram em Paris, onde ela chega muito debilitada e frágil. Tudo começa com um telefonema da chilenita atendido por Yilal, o menino sem voz. Essa notícia faz Simon e Helena Gravoski, amigos e visinhos de Ricardo, se interessagem pela história de Ricardo e insentivarem ele a perdoar e reviver esse amor. Neste capítulo ocorre, para mim, a parte mais bonita do livro, onde realmente eu encontrei motivos para lê-lo. Isso já é a metade do livro. Neste capítulo é possível tomar afeição pela menina má e perdoar seus devaneios. A menina má finalmente se torna a madame Ricardo Somocurcio.
Numa viagem ao Peru para rever seu tio Ataúlfo, Ricardo conhece, através do seu primo Alberto, Arquimedes, o construtor de quebra-mares e logo percebe que está diante do próprio sogro. Neste momento descobre que o verdadeiro nome da chilenita é Otilita ou Otília. Descobre a infância difícil, a pobreza e acredita que sejam motivos sufientes para justiticar todas as travessuras da menina má.
O último e definivo encontro ocorre em Lavapiés, na Espanha, onde Ricardo vive com Marcela, uma artista que montava cenários para peças, 20 anos mais jovem que ele. Nesse tempo Ricardo já tinha 54 anos. A menina má, após sofrer um câncer generalizado procura Ricardo, declara seu amor e resolve viver com ele até os últimos dias de sua agitada vida.
Fica no ar uma dúvida: Por que a menina má causa tanto alvoroço em quem lê?
Talvez porque no fundo de nossas almas desejamos um amor puro e verdadeiros, desses que nos aceitam como somos, nos perdoam e vivem para nós. Outro motivo porque desejamos sair das nossas monótonas vidas sem perder o porto seguro. Talvez, principalmente talvez, porque todos vivemos envoltos, assim como a menina má, nos próprios personagens que criamos com a diferença que não temos forças para nos livrar deles e recomeçar.
Encontrei um blog que faz uma resenha interessante sobre o livro, admito, bem melhor que a minha. Que tal lê-la? http://alessandraalves.blogspot.com/2008/07/para-gostar-de-ler-travessuras-da.html
Eu tive a impressão, ao ler o livro, que existia sentimentos do próprio autor na história, mas não tinha associado a questões políticas. É um contexto bem interessante.
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