Ler é algo maravilhoso, mas é difícil começar porque, diante de tantas opções, não sabemos qual escolher. Na maioria das vezes, nos deparamos com gostos diferentes do nosso e isso, de alguma forma, nos inibe de começar a ler.
Nas escolas nos indicam Iracema, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Mulato e alguns outros bons livro, mas que são chatos quando não pegamos o jeito de ler e abstrair o rebuscamento da época.
Por isso, decidimos criar este blog para indicar os livros que lemos, como os classificamos, fazer uma resenha, indicar sites para baixar livros, enfim, incentivar quem deseja iniciar uma boa leitura ou continuar nesse mundo de troca de informação tão brilhante.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Pequeno Príncipe


Ontem, passando o tempo no shopping Salvador, decidi buscar um livro que pudesse ler em pouco tempo, lá mesmo na livraria. Exposto na vitrine estava O Pequeno Príncipe; um livro singelo, de fácil leitura e boas imagens. Peguei-o pra reler e relembrar porque o consideram tão importante.

O Pequeno Príncipe é um menino que vive num pequeno planeta, desses que nós, adultos, damos número porque são pequenos demais para receber significância maior. Ele tem 03 vulcões que revira sempre e o ajuda a aquecer água ou cozinhar o alimento; pode ver o pôr-do-sol quantas vezes quiser, é só deslocar sua cadeira um pouco para trás; é amigo de uma rosa, bela e única.

Os personagem se conhecem quando o pequeno príncipe pede que o aviador desenhe um carneiro. Após várias tentativas, o aviador consegue fazer o desenho desejado pelo menino. A partir desse desenho, o menino conta sobre sua vida, seu planeta e todos os outros planetas que visitou. Cada planeta morava algum adulto de característica distinta e todos eles estavam presos ao seu princípio, a maioria deles voltado para si próprio: O rei sem súdito; o vaidoso sem plateia; o bêbado que não parava de beber por vergonha de ser um bêbado; o empresário que colecionava estrelas para si, mas não podia tocá-las; o acendedor de lampião que não conseguia raciocinar, apenas executar ordem; o geógrafo que escrevia sobre o mundo, mas não conhecia nada porque não saía da sua cadeira e, finalmente, a Terra.

O pequeno príncipe descobre o significado do amor na Terra, ao encontrar a raposa que o ensina o que é ser especial e único para alguém. Ele sente saudade da sua rosa e descobre porque a ama, apesar das suas imperfeições e volta para seu planeta de origem, deixando um laço de afeto e saudade em todos os lugares que passou.

Além do questionamento sobre o comportamento humano, o Pequeno Príncipe mostra o quanto o valor ao que é material nos deixa pequenos e pobres. Ele tinha em seu planeta 03 vulcões, uma linda rosa e vários pores-do-sol, mas se achou pobre ao ver que sua rosa não era a única no mundo e que seus vulcões eram pequenos em relação aos da Terra. Só ao descobrir a importância da unicidade do ser é que voltou a perceber-se rico.

Outra lição é deixada ao falar da sua rosa, dizendo que deveria tê-la julgado pelos gestos e não pelas palavras porque os gestos dela enchiam o planeta de perfume e a sua vida de alegria. As palavra o incomodavam e feriam, levando-o a ir embora do planeta.

Como vê, não é apenas um livro para crianças. Acho que uma criança pode lê-lo e relê-lo em cada fase da vida. Talvez se essa crítica fosse feita por uma criança nada disso estivesse aqui. Provavelmente ela nem associaria a algo filosófico, apenas amaria o Pequeno Príncipe e teria esperança de um dia ir ao deserto e, quem sabe conhecê-lo ou ver seu planeta lá no alto. Essa é a diferença entre um adulto e uma crianças: Os adultos vivem tão preocupados em criar regras e limites para tudo que esquece de contemplar o pôr-do-sol.

O Pequeno Príncipe, 1943, Antoine de Saint-Exupéry, jornalista e piloto francês.
Maiores detalhes e livro virtual com ilustração no site http://www.mayrink.g12.br/pp/principe.htm