Ler é algo maravilhoso, mas é difícil começar porque, diante de tantas opções, não sabemos qual escolher. Na maioria das vezes, nos deparamos com gostos diferentes do nosso e isso, de alguma forma, nos inibe de começar a ler.
Nas escolas nos indicam Iracema, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Mulato e alguns outros bons livro, mas que são chatos quando não pegamos o jeito de ler e abstrair o rebuscamento da época.
Por isso, decidimos criar este blog para indicar os livros que lemos, como os classificamos, fazer uma resenha, indicar sites para baixar livros, enfim, incentivar quem deseja iniciar uma boa leitura ou continuar nesse mundo de troca de informação tão brilhante.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Querido John

Título: Querido John
Autor: Nicholas Sparks
Tradução: Patrícia de Cia
Ano: 2010 (4a impressão)
Editora: Novo Conceito

Sempre que leio algo pesado como li "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" gosto de intercalar com algo sereno pra não perder o romantismo. Escolhi Querido John pela frase da capa "O que você faria com uma carta que mudasse tudo?" e pelos 5 milhões de cópias vendidas. Sinceramente, essa não é a melhor frase para resumir o livro, mas ele deixa no final uma bonita mensagem de amor.

Livro de linguagem tão fácil e tão óbvia que dá vontade de pular as páginas. O autor demora a engrenar a história e faz parecer um daqueles filmes de sessão da tarde com amores de verão.

A história só toma um sentido mais sério e mais curioso a partir da segunda carta que John recebe, não pela carta, mas pelo amadurecimento do personagem principal, John.

No final, John demonstra amor verdadeiro, compaixão, desapego e solidariedade, deixando uma verdadeira de lição de amor ao próximo. Um exemplo de pessoa hoje rara no mundo. Me fez desejar que existisse um John de verdade que eu pudesse ser um pouco como ele.

Quem resolver ler, faça por uma boa história de amor, não por uma carta reveladora ou por desejar encontrar um livro que justifique vender 5 milhões de exemplares.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Confie em Mim

Título: Confie em Mim
Autor: Harlan Coben
Editora: Sextante
Ano: 2009

Até onde você iria por amor à sua família? Essa é a frase apresentada na capa que resume bem o livro de Harlan Coben, Confie em Mim. A história se passa em um subúrbio americano, em um daqueles ambientes com famílias tão bem estruturadas que sofrem pelo vazio de suas vidas. São vários núcleos que interagem e influenciam na vida do outro, formando uma trama onde a natureza humana é questionada e o mistério é posto à nossa frente para ser desvendado.

A família de Adam, um garoto em sua fase adolescente, resolve monitorar os passos dele através de um programa instalado no computador. A preocupação de Mike e Tia com a segurança do filho mais velho leva a filha mais nova, Jill, ao perigo real de morte.

A família de Spencer, o garoto suicida, não consegue se estruturar nem se desfazer após o filho ser encontrado morto no telhado da escola, utilizando remédio controlado e vodka. Spencer era o melhor amigo de Adam que também sofre muito com a morte do amigo.

Yasmim, filha de pais separados e amiga de Jill, a irmã de Adam, não consegue se socializar após uma frase mal dita do professor sobre suas características genéticas. O pai de Yasmim, um covarde, não consegue tomar uma atitude para resolver a situação.

DJ Huff, filho de um policial que cria o filho com total liberdade, achando que só se aprende a viver errando e experimentando, é amigo de Adam e Spencer. Esse pai protege os erros do filho para assegurar o futuro dele.

Joe, o professor mais querido da escola, o homem responsável pela maldita frase dita a Yasmim, não consegue se livrar da culpa pelo que disse à menina, mas em sua covardia, também não toma uma atitude para desfazer o mal que causou.

Susan Loriman, casada e mãe de um filho com leucemia, é pressionada por Mike e Ilene, médicos da criança, a confessar a verdadeira identidade do pai do garoto, a fim de tentar salvar a vida dele, uma vez que o suposto pai, aquele que o registrou, não era compatível.

Nash, um psicopata que julga a natureza humana, acompanhado de Pietra, uma mulher traumatizada pelo sofrimento vivido na guerra, formam o núcleo que causa as mortes e tira a "paz" do pequeno subúrbio. O primeiro crime a ser desvendado é a morte de uma mulher branca, cujo desaparecimento não foi questionado por nenhum parente.

Reba Cordova, mãe de uma família feliz e bem estruturada, desaparece sem movito. O carro é encontrado na frente de um hotel, mas o Sr. Cordova garante que a mulher não teria motivos para traí-lo.


Muse, Cope, Hester, Mo e outros personagens completam a trama onde somos convidados a descobrir o motivo de Nash cometer os assassinatos e de Adam ter desaparecido.

Núcleos que se interagem mais pela proximidade das vidas do que pelos crimes existentes. Um livro que junta o gosto pelo mistério com o questionamento sobre a conduta dos pais diante da criação dos filhos. Diversão e reflexão são garantidos para quem se aventurar na história do Coben, então, o que está esperando? Corra e compre o seu, aproveita e veja "Não Conte a Ninguém" do mesmo autor.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Evangelho Segundo Jesus Cristo

Título: O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Editora: Companhia de Bolso
Autor: José Saramago
Ano: 2005
Edição: 1

"Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio; para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado. " Lucas (1-4) - dedicatória do livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo".

Algumas vezes eu confundia as palavras instigante com intrigante, trocando-as nas minhas colocações. Finalmente encontrei uma situação onde posso usá-las juntas sem nenhum problema. O Evangelho Segundo Jesus Cristo é intrigante e instigante; mais uma obra de Saramago, o melhor escritor que já li até hoje.

O livro é isntigante, pois começa com a concepção de Jesus por José e Maria, narra a infância do garoto comum que chora e brinca, incluindo no contexto as passagens dos evangelhos. A vida de Jesus é retratada de forma humanizada, cronológica, mas sem negar os milagres de Jesus e a paternidade de Deus. Maria de Magdala é a mulher de Jesus e o acompanha até o último sopro de vida. Maria de Nazaré é a mãe renegada por não acreditar na santidade do filho, um ato sem o perdão de Jesus. José, pai de Jesus, é um  homem atormentado por sua covardia, cujo final é a morte na cruz aos 33 anos.
 
O livro é intrigante, pois mostra um Deus perverso e egocêntrico que usa o próprio filho para ampliar o seu poder diante dos homens. O grande momento do livro é a conversa franca entre Jesus, Deus e o Diabo. Nesse momento, Saramago aproveita para citar todos que morreram em nome da Igreja Católica, todas as guerras executadas em nome de Deus e Jesus. Vendo a dor de Jesus diante do sangue a ser derramado em seu nome, o Diabo pede perdão a Deus para evitar as mortes, mas Deus não aceita porque sem o Diabo ninguém lembraria de dele. Jesus ainda tenta em vão mudar o seu futuro, mas é conduzido ao sacrifício como um cordeiro.
 
É um livro difícil de ler, tanto pela maneira como Saramago escreve quanto pelo conteúdo pesado e incômodo que apresenta. O livro me impressionou tanto que à noite, após um pesadelo, o coloquei embaixo da minha bíblia, numa maneira simbólica de lembrar o meu amor e confiança no Pai. É uma grande obra que vale a pena ser lida até mesmo pelo mais fiel dos cristãos, afinal até para criticar é preciso conhecer.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Felicidade Clandestina

Hoje uma garota deixou um recado no meu outro blog, o Menino Rude. Curiosa que sou, fui lá olhar quem era e se tinha blog. Então, me surpreendi com a qualidade do que é apresentado lá. São textos de diversos autores, bem escritos, que dizem algo bom para nós. Ainda não olhei em profundidade, mas já gostei do que vi e resolvi compartilhar aqui como indicação de leitura.
Então, divirtam-se. O blog é Penetra Surdamente no Reino das Palavras (http://aartedaliteratura.blogspot.com) e a autora é Felicidade Clandestina.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mi primera lectura en español


Ayer me compré mi primer libro en español y yo no fue modesta,compré "Vivir para contarla" de Gabriel García Márquez.

Pois é, amigos, começar a leitura em espanhol com Gabriel García Márquez é, no mínimo, estimulante. São 527 páginas de letras pequenas e vocabulário vasto, mas eu conseguirei e contarei a história aqui para vocês.

O ritmo de leitura é metade de uma leitura em português porque faço questão de observar as palavras e sublinhar as que não conheço, mas estou me surpreendendo com o que aprendi em pouco tempo de aula no CCAA. Isso é muito bom.

Aguardem, então, o resumo do livro, mas já aviso que vai demorar.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Adeus Saramago


Morreu hoje o escritor português José Saramago, um dos melhores escritores que pude ler até hoje.
A obra mais conhecida de Saramago é "Ensaio sobre a Cegueira", mas existem outros bons livros que nos fazem pensar sobre a vida, o mundo e a sociedade. José Saramago pode ter ido, mas felizmente suas obras estão aí eternamente.

Que sua alma siga em paz, com Deus.

Veja a notícia: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/06/morre-aos-87-o-escritor-jose-saramago.html

Livros Publicados:
Terra do pecado
Manual de pintura e caligrafia
Levantado do chão
Memorial do convento
O ano da morte de Ricardo Reis
A jangada de pedra
História do cerco de Lisboa
O Evangelho segundo Jesus Cristo
Ensaio sobre a cegueira
Todos os nomes
A caverna
O homem duplicado
Ensaio sobre a lucidez
As intermitências da morte
As pequenas memórias
A viagem do elefante
Caim

Foto: Sebastião Salgado

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Não Conte a Ninguém


Título: Não Conte a Ninguém
Autor: HARLAN COBEN
Editora: Sextante
Ano: 2001 (primeira edição)

Quem acompanha este blog deve ter percebido que livros de suspense policial não são meus favoritos, mas "Não Conte a Ninguém" me chamou a atenção pelo título, pela capa, pela descrição e pelas milhões de cópias vendidas. Confesso que achei, por causa da capa, que seria um livro no estilo "A Cabana", mas é totalmente diferente, é um suspense policial de tirar o fôlego.

O livro prende a atenção o tempo todo. A linguagem é direta e simples, porém não é cansativa. Os personagens e os cenários são descritos de forma clara e apenas para dar sentido à trama. Existem bons diálogos. Eu sou fã de livros com diálogo porque eles quebram o formalismo e nos faz interagir com os personagens. Tem assassinato, traficante, polícia corrupta, serial killer, traição e o que mais desejar do submundo do crime.

Não entendo muito de tramas policiais, mas achei o final forçado. É como aqueles filmes americanos bons o tempo todo, mas que peca no final porque tem que criar os heróis e salvar os mocinhos. Faltou pouco para o livro se tornar um clássico.

Descobri que tem um filme francês baseado no livro que ganhou vários prêmios e agora quero vê-lo.



Veja o resumo da Siciliano.

Há oito anos, enquanto comemoravam o aniversário de seu primeiro beijo, o Dr. David Beck e sua esposa, Elizabeth, sofreram um terrível ataque. Ele foi golpeado e caiu no lago, inconsciente. Ela foi raptada e brutalmente assassinada por um serial killer.
O caso volta à tona quando a polícia encontra dois corpos enterrados perto do local do crime, junto com o taco de beisebol usado para nocautear David. Ao mesmo tempo, o médico recebe um misterioso e-mail, que, aparentemente, só pode ter sido enviado por sua esposa.
Esses novos fatos fazem ressurgir inúmeras perguntas sem respostas: Como David conseguiu sair do lago? Elizabeth está viva? E, se estiver, de quem era o corpo enterrado oito anos antes? Por que ela demorou tanto para entrar em contato com o marido?
Na mira do FBI como principal suspeito da morte da esposa e caçado por um perigosíssimo assassino de aluguel, David Beck contará apenas com o apoio de sua melhor amiga, a modelo Shauna, da célebre advogada Hester Crimstein e de um traficante de drogas para descobrir toda a verdade e provar sua inocência.
Não Conte a Ninguém foi o livro mais aclamado de 2001, indicado para diversos prêmios, entre eles Edgar, Anthony, Macavity, Nero e Barry. Em 2006 foi adaptado para o cinema numa produção francesa vencedora de quatro Cesars (o Oscar francês), inclusive de melhor ator e diretor.


Agora vou explicar o que achei forçado: Quem ainda vai ler o livro, termine a leitura por aqui.

Se David Beck matou Scob, como ele não teve curiosidade de acompanhar o caso? Por que ele nunca se preocupou em saber quem limpou a prova do crime? Ele não imaginou que sua mulher teria pedido ajuda ao pai para encobrir o crime? Como ele não viu que a mulher foi testemunha do caso em defesa do marginal acusado ilegalmente?

Para mim o livro fecharia melhor se o pai de Elizabeth ou a própria Elizabeth fosse o assassino, deixando o Dr. Beck com um outro segredo a ser descoberto em uma sequência de um próximo livro.

segunda-feira, 29 de março de 2010

O Guardião de Memórias


Título: The Memory Keeper´s Daughter (O Guardião de Memórias)
Autor: Edwards, Kim
Tradução: Vera Ribeiro
Editora: Sextante
Ano: 2007


Esse domingo não foi um dia ensolado. A chuva que caiu aos poucos e insistentemente me fez ler as 360 páginas de O Guardião de Memórias. Ainda não sei se foi realmente a chuva que me fez lê-lo ou se uma profunda incerteza sobre a vida e uma vontade de apertar o botão de pausa sobre ela.

Certa noite com muita neve, Norah entra em trabalho de parto e David, seu marido e ortopedista, se vê obrigado a fazer o parto por falta de outro médico especialista. Após o nascimento do primeiro filho, Paul, David percebe que a gravidez é de gêmeos e traz ao mundo uma menina, Phoebe. Ao perceber traços de síndrome de Down em Phebe e lembrar de sua própria vida ao lado da irmã, que também foi portadora da síndrome e morreu cedo, deixando a mãe desconsolada, David resolve poupar Norah e Paul do sofrimento e entrega a filha para a enfermeira levar a um abrigo para crianças retardadas. Quando Norah acorda, David não consegue contar a verdade e diz que a criança nasceu morta. Caroline, a enfermeira, não consegue deixar a menina no abrigo e, agindo pela emoção de poder ser mãe, resolve fugir com Phoebe, deixando toda a vida vazia para trás.

A falta da filha e o eterno segredo de David, fez a família se desestruturar e cair em um mar de sofrimentos. Bree, a irmã de Norah era o único laço de alegria que pairava pela casa. No outro núcleo, o amor incondicional de Caroline por Phoebe fez a vida dela florir, além de trazer para ela o grande amor, Al e grandes amigos unidos pela necessidade de apoio e pela síndrome de down.

Durante a leitura achei o livro melancólico. A vida de Norah, usando a morte da filha como desculpa para não ser feliz; a vida de David, envolvido em seus próprios medos, único sentimento que o trazia vivo e fotografando o que não existia para se sentir melhor; a beleza de Paul escondida na culpa pela infelicidade dos pais. Eu queria mesmo era ler rápido ou pular as páginas só para sentir a alegria emanada por Phoebe,Caroline e Al a cada nova descoberta sobre a vida.

Hoje, fazendo essa resenha, percebi que a melancolia de Norah, David e Paul trouxeram à tona meus próprios medos e minha solidão e por isso os personagens me incomodaram tanto. A capacidade de Caroline em dispor a própria vida pelo próximo, me fez desejar o mesmo, uma vida de verdade onde o mundo fizesse sentido. A inquietude de Bree diante da vida e a eterna alegria, muitas vezes mascarando a solidão, me fez lembrar de momentos onde eu sorri para o mundo e desejei apenas não estar ali, naquele momento. As inúmeras fotografias de David me fez perceber em quantas fotos eu sorri, registrando viagens que jamais precisaria ter feito para encontrar o real significado da vida, fotos que joguei fora sem o menor constrangimento,assim como fez Norah.

Talvez por isso o livro seja bom. Não exatamente pela capacidade literária da autora e tradutora, mas pelo poder de elevar o psicológico e trazer uma real reflexão sobre o que é importante na vida, mostrando que amar e ser amado faz a diferença e que fugir de um problema nunca irá resolvê-lo. Quem foge jamais descobrirá que o problema era apenas uma porta para um lugar melhor.

Se é bom pra ler? Claro, principalmente em um dia melancólico com um pouco de chuva.

Obs. Para os menos pacientes, acabei de descobrir que existe o filme sobre o livro.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A Cidade do Sol

Título: A Cidade do Sol
Autor: Hosseini, Khaled
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2007

Hoje, ao terminar de ler A Cidade do Sol, de Hossini Khaled, tive a impressão de viver no paraíso. O romance conta a história de duas mulheres, nascidas em décadas diferentes, mas com os mesmos problemas: a guerra, a falta de respeito com as mulheres e as dores das perdas.

Na primeria parte do livro, é narrada a história de Mariam, filha bastarda de um rico homem, condenada à vida dura e à solidão simplesmente por ser bastarda. Após a morte da mãe, Mariam é dada para casamento a um homem bem mas velho, Rashid. Usando a desculpa de que Mariam não conseguia dar um filho homem, Rashid espanca Mariam por qualquer motivo. Mariam e Rashid vivem sob a tensão da guerra Afegã.

A segunda parte do livro conta a história de Laila, uma menina doce, criada por pais que se amam e que a ama. Filha de professor, a menina frequenta a escola, estuda e tem a certeza que escolherá o próprio marido. O pai de Laila diz que ela deve estudar pois, quando for adulta poderá ajudar o Afeganistão e se recuperar. Laila tem dois irmãos que não conhece porque estão na guerra e um amigo, Tariq, pelo qual ela se apaixona na adolescência.

Mariam e Laila vivem na mesma rua, mas não se conhecem até que o destino as une. Cabul está constantemente bombardeada, muitos civis morrendo, partes de corpos sendo arremessadas ao longe. Tariq resolve ir embora com os pais e chama Laila, a pede em casamento, mas Laila não quer deixar os pais. A mãe de Laila não quer ir embora pra não deixar o país pelo qual os filhos se sacrificaram, ela ainda espera ver o Afeganistão em paz. No dia que Laila e os pais resolvem partir, um missil atinge a casa e apenas Laila sobrevive. Rashid e Mariam a socorrem e dão abrigo.

O que parece ser uma boa ação, na verdade é um plano de Rashid para ter mais uma esposa. Enquanto Laila ainda está doente e atordoada, um homem vai à casa de Mariam e dá a notícia que Tariq e sua família estão mortos. Laila se vê sozinha e grávida, então aceita o pedido de casamento de Rashid.

Os mal tratos de Rashid une Mariam e Laila, permitindo que elas sobrevivam a pancadas, guerras, fome, seca, falta de hospitais e de medicamentos. Laila tem dois filhos, Aziza e Zilman. No pior momento Afegão, quando a seca ataca, Aziza é dada para um orfanato. Mulheres não podiam andar sozinhas nas ruas ou seriam espancadas por soldados, mesmo assim Laila enfrentava a dor para ver a filha.

Quando tudo parece perdido e insuportável, Tariq volta para buscar Laila. Quando Rashid o vê, tenta matar Laila com as mãos, mas Mariam o mata com um golpe de pá. Sabendo que será perseguida pelo crime, Mariam se entrega para a morte e pede para Laila pegar os filhos e ir embora com Tariq. Apesar de não concordar, Laila aceita os argumentos de Mariam que paga pelo seu crime.

Laila vive feliz com Tariq e os filhos em um hotel no Paquistão, mas o sonho de reconstruir Cabul após a invasão da ONU no governo Bush, os levam de volta. Laila resolve visitar a primeira casa de Mariam e o amigo que ela tanto falava. Lá recebe um caixa contendo uma carta e uma herança deixada pelo pai de Mariam. O dinheiro, convertido em dóllar pelo próprio pai de Mariam, permite a Laila e Tariq reformar o orfanato que abrigou Aziza. Cabul se recupera os poucos. Ávores são plantadas, casas pintadas e reconstruídas, ecolas abertas. Tudo parece voltar ao normal.

Eu terminei o livro achando que algo de ruim ainda aconteceria com Laila e Tariq. É tanto sofrimento que fica difícil acreditar na felicidade. Mas Laila cumpre sua missão, ser últil a Cabul quando a guerra acabar. Além da vida e sofrimento do povo Afegão, o livro descreve quatro décadas de história afegã e termina no período posterior à queda das torres gêmeas, a invasão americana com a ONU e a busca pelos terroristas. Ao terminar a leitura me senti parte daquele lugar, feliz com o plantio de flores em capas de mísseis e com a nova vida de Laila, Tariq e família.