
Autor: Kristin von Kreisler
Ano: 2001
Editora: Cultrix
Comecei a ler A Compaixão do Animais essa semana. O livro tem ótimas histórias de companheirismo entre homem e animais, mas até o momento não vi casos de compaixão, o que me levou a desgostar de lê-lo. Achei que a autora forçou a barra para provar algo que não existe.
Compaixão quer dizer dor perante o mal alheio; pena; piedade; comiseração; lástima. A compaixão, esse sentimento de pena, e por que não dizer culpa, é próprio do ser humano. Só nós somos capazes de, por exemplo, comer carne de boi e ter pena de ver o animal sendo morto. Um animal irracional, ou seja, cães, gatos, iguanas, cavalos, bois e muito outros citados no livro, agem por proteção à espécie, por caráter e por companheirismo. Quando um cão dá sua vida para salvar um humano é porque em sua genética há o conceito de matilha e de proteção ao grupo.
O homem tem a noção da semelhança física e social, mas o um animal irracional encara como semelhante aquele com quem convive e compatilha momentos. Não importa se são da mesma raça, mas se fazem parte do mesmo grupo. Esse grupo pode ser uma família ou pessoas da comunidade onde vive. Se criarmos um cão, um gato e um rato juntos, um respeitando o outro, eles se defenderão, mesmo sendo de espécies distintas.
Quando a Compaixão dos Animais é negada, não é por diminuição das espécies, mas por acreditar que existe um sentimento muito maior e mais bonito de companheirismo e respeito. Sentimento este que o ser humano já nem sabe direito como é, pois vive num mundo egoísta, onde para ser um semelhante é preciso ter a mesma cor, classe e status social. Por isso que, quando um animal pratica um ato de proteção, o homem o trata como herói. Faz isso porque vê no animal o que gostaria de ser, mas não consegue porque é covarde demais para tal feito. Então, quando forem ler este livro, não encarem as atitudes como compaixão, mas como atos dignos e merecedores de reflexão por nós, humanos.