
Autor: Hosseini, Khaled
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2007
Hoje, ao terminar de ler A Cidade do Sol, de Hossini Khaled, tive a impressão de viver no paraíso. O romance conta a história de duas mulheres, nascidas em décadas diferentes, mas com os mesmos problemas: a guerra, a falta de respeito com as mulheres e as dores das perdas.
Na primeria parte do livro, é narrada a história de Mariam, filha bastarda de um rico homem, condenada à vida dura e à solidão simplesmente por ser bastarda. Após a morte da mãe, Mariam é dada para casamento a um homem bem mas velho, Rashid. Usando a desculpa de que Mariam não conseguia dar um filho homem, Rashid espanca Mariam por qualquer motivo. Mariam e Rashid vivem sob a tensão da guerra Afegã.
A segunda parte do livro conta a história de Laila, uma menina doce, criada por pais que se amam e que a ama. Filha de professor, a menina frequenta a escola, estuda e tem a certeza que escolherá o próprio marido. O pai de Laila diz que ela deve estudar pois, quando for adulta poderá ajudar o Afeganistão e se recuperar. Laila tem dois irmãos que não conhece porque estão na guerra e um amigo, Tariq, pelo qual ela se apaixona na adolescência.
Mariam e Laila vivem na mesma rua, mas não se conhecem até que o destino as une. Cabul está constantemente bombardeada, muitos civis morrendo, partes de corpos sendo arremessadas ao longe. Tariq resolve ir embora com os pais e chama Laila, a pede em casamento, mas Laila não quer deixar os pais. A mãe de Laila não quer ir embora pra não deixar o país pelo qual os filhos se sacrificaram, ela ainda espera ver o Afeganistão em paz. No dia que Laila e os pais resolvem partir, um missil atinge a casa e apenas Laila sobrevive. Rashid e Mariam a socorrem e dão abrigo.
O que parece ser uma boa ação, na verdade é um plano de Rashid para ter mais uma esposa. Enquanto Laila ainda está doente e atordoada, um homem vai à casa de Mariam e dá a notícia que Tariq e sua família estão mortos. Laila se vê sozinha e grávida, então aceita o pedido de casamento de Rashid.
Os mal tratos de Rashid une Mariam e Laila, permitindo que elas sobrevivam a pancadas, guerras, fome, seca, falta de hospitais e de medicamentos. Laila tem dois filhos, Aziza e Zilman. No pior momento Afegão, quando a seca ataca, Aziza é dada para um orfanato. Mulheres não podiam andar sozinhas nas ruas ou seriam espancadas por soldados, mesmo assim Laila enfrentava a dor para ver a filha.
Quando tudo parece perdido e insuportável, Tariq volta para buscar Laila. Quando Rashid o vê, tenta matar Laila com as mãos, mas Mariam o mata com um golpe de pá. Sabendo que será perseguida pelo crime, Mariam se entrega para a morte e pede para Laila pegar os filhos e ir embora com Tariq. Apesar de não concordar, Laila aceita os argumentos de Mariam que paga pelo seu crime.
Laila vive feliz com Tariq e os filhos em um hotel no Paquistão, mas o sonho de reconstruir Cabul após a invasão da ONU no governo Bush, os levam de volta. Laila resolve visitar a primeira casa de Mariam e o amigo que ela tanto falava. Lá recebe um caixa contendo uma carta e uma herança deixada pelo pai de Mariam. O dinheiro, convertido em dóllar pelo próprio pai de Mariam, permite a Laila e Tariq reformar o orfanato que abrigou Aziza. Cabul se recupera os poucos. Ávores são plantadas, casas pintadas e reconstruídas, ecolas abertas. Tudo parece voltar ao normal.
Eu terminei o livro achando que algo de ruim ainda aconteceria com Laila e Tariq. É tanto sofrimento que fica difícil acreditar na felicidade. Mas Laila cumpre sua missão, ser últil a Cabul quando a guerra acabar. Além da vida e sofrimento do povo Afegão, o livro descreve quatro décadas de história afegã e termina no período posterior à queda das torres gêmeas, a invasão americana com a ONU e a busca pelos terroristas. Ao terminar a leitura me senti parte daquele lugar, feliz com o plantio de flores em capas de mísseis e com a nova vida de Laila, Tariq e família.