Ler é algo maravilhoso, mas é difícil começar porque, diante de tantas opções, não sabemos qual escolher. Na maioria das vezes, nos deparamos com gostos diferentes do nosso e isso, de alguma forma, nos inibe de começar a ler.
Nas escolas nos indicam Iracema, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Mulato e alguns outros bons livro, mas que são chatos quando não pegamos o jeito de ler e abstrair o rebuscamento da época.
Por isso, decidimos criar este blog para indicar os livros que lemos, como os classificamos, fazer uma resenha, indicar sites para baixar livros, enfim, incentivar quem deseja iniciar uma boa leitura ou continuar nesse mundo de troca de informação tão brilhante.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Conversando com Deus


Título: Conversando Com Deus
Autor: Neale Donald Walsch
Editora: Agir
Ano: 2008

Conversar com Deus é para mim algo natural e muito bom. Não falo de orar, mas de conversar mesmo, receber respostas, seja com pensamentos, textos ou exemplos. Por isso, quando vi o livro com esse título achei algo totalmente possível e resolvi lê-lo.

Antes de ler o livro vi o filme, se fosse uma história real, seria bem interessante. Até achei que fosse, o que me incentivou mais ainda a buscar o livro. O livro não fala nada sobre as cenas do filme. O autor pergunta sempre sobre a família, ou seja, não parece ser um homem abandonado como no filme.

O autor fala verdades bíblicas, embora trate Jesus apenas como mais um mestre, não o filho de Deus, e a bíblia como um livro ultrapassado. Deixa a ideia de que o livro Conversando com Deus é a nova bíblia. Achei uma obra pretenciosa e perigosa, embora tenha muita verdade nas suas linhas, até porque ele reescreveu teorias já existentes na bíblia, principalmente no Novo Testamento. Neale também usou de teorias espíritas e filosóficas para compor seu livro.

Parece que Neale Donald Walsch conseguiu fazer 04 livros, sendo que no primeiro ele diz que seriam 03. Pois é, acho que Deus resolveu conversar um pouco mais. Só li o primeiro volume e não compraria os outros 03, mas se vier gratuitamente para minha mão, tento ler ao menos mais um.

O conteúdo é bom, quem sou eu pra dizer que não. Muito do que tem lá eu também ouvi e descobri em minhas conversas com Deus, mas justamente por conta do que vi, ouvi, senti e aprendi é que eu não faria um livro em nome de Deus. Posso até escrever o que senti e aprendi com Ele, mas usar diálogos, jamais! Uma pessoa em desespero ou com pouco conhecimento religioso e filosófico pode levar o livro ao pé-da-letra e fazer interpretações perigosas a respeito do que está escrito.

Fora os exageros do livro, o conteúdo, se bem interpretado, é bom e verdadeiro. Qualquer um de nós pode conversar com Deus e fazer as descobertas sobre a própria vida. Deus é um Pai, amigo que está ao nosso lado. Jesus é o homem que nos guia no verdadeiro amor, nos mostra a melhor maneira de encontrar a paz e a felicidade. Deus nos deu o livre arbítrio e, por isso, só pode nos amar e nos proteger dos nosso próprios atos. Se pedirmos a Deus com fé, acreditando que o pedido já foi acatado, o universo se movimenta para que o milagre se realize. Claro que, quando descobrimos a fé, também descobrimos que dinheiro e sucesso são consequências e não objetivos e também que não podemos desejar nada que vá de encontro com a felicidade do próximo.

Existe um Deus dentro de cada um de nós, um Deus amigo que podemos ouvir, meditar e agir de forma positiva para o mundo. Existem mestres, Jesus o maior de todos, que nos mostra verdades sobre a beleza da vida e do amor. Quem se dispõe a buscar Deus, buscar o amor de Jesus, encontrará o caminho da verdade, da paz e do amor. Lembre-se sempre: Deus é nosso maior amigo!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Quem Me Roubou de Mim?


Título: Quem me roubou de mim?
Autor: Fábio de Melo
Editora: Canção Nova
Ano: 2008

Quem já se sentiu perdido de si mesmo? Quem já se olhou no espelho e disse: "Esse não sou eu", "Esse relacionamento me tirou do sério", "Não me reconheço mais" dentre tantas frases que podemos citar. O livro "Quem Me Roubou de Mim" fala justamente do sequestro do subconsciente.

Para explicar o sequestro do subconsciente, o autor faz uma abordagem inicial sobre o sequestro do corpo, a vida no cativeiro, a relação entre sequestrador, sequestrado e a família. Após essa introdução, Fábio explica o sequestro do subconsciente.

Para contextualizar ele se vale de histórias ouvidas como sacerdote, intuição, experiência pessoal e teorias filosófica e teológica. Tudo isso junto dá ao livro uma percepção maior que um simples livro de auto-ajuda.

Ao longo de nossas vidas podemos sequestrar ou ser sequestrados. Podemos imaginar um relacionamento que não existe, uma pessoa que não existe, criar um personagem e ter que vivê-lo até sair do cativeiro. Podemos deixar de viver por medo, viver preso no vício e tantas outras formas de cativeiro.

Fábio deixa claro que podemos e devemos ser livres, devemos nos livrar dos cativeiros das nossas vidas. Uma passagem interessante é quando ele diz que não existe amor ideal porque o ideal está pronto e o ser humano está sempre se modificando. O que existe é a pessoa certa e para encontrá-la é preciso conhecê-la. Por isso ele acredita que paixão à primeira vista corre o risco de ser um desastre. A graça do amor é justamente aceitar o outro com os defeitos, buscar melhorá-lo sem retirar-lhe a essência.

A parte mais bonita do livro é saber que podemos tirar pessoas do cativeiro, trazê-la para a realidade, torná-la livre e feliz. Ele cita a passagem bíblica onde a mulher, no momento de ser apedrejada é salva por Jesus, apenas com palavras ditas no momento certo. Ele explica o quanto aquela mulher estava presa em seu cativeiro de prostituição e Jesus a salvou quando acreditou que ela poderia ser melhor e que não merecia a morte pelas mãos dos que a fizeram pecar.

Para finalizar ele deixa um conjunto de resposta que até hoje penso e não consigo responder. Buscar as respostas é fator essencial para concluir o livro, pois este só está definitivamente lido quando a mensagem for absorvida pelo leitor.

Em breve falarei das minhas descobertas a partir do livro, mas isso já é outra publicação.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Carta entre Amigos


Título: Carta entre Amigos.
Autor: Fábio de Melo e Gabriel Chalita
Editora: Ediouro
Ano: 2009

Muito difícil conceituar o livro Cartas entre Amigos. Parece ser de auto-ajuda, mas não é. Talvez de filosofia, mas também não é. Também não é um sermão religioso como muitos esperam. Nem pode-se dizer que é um livro, mas um conjunto de cartas trocadas entre dois amigos que decidem parar um pouco as atribulações da vida para dar atenção um ao outro. Na capa diz que é um livro para falar dos medos contemporâneos, eu não o definiria assim. A linguagem não é muito simples, é preciso atenção para lê-lo e, para os mais curiosos, ter um site de pesquisa ao lado é bom.

O encantamento do livro é justamente a não intenção de dar lição de moral. Os autores simplesmente falam o que sentem e usam a filosofia e a poesia para descrever seus pensamentos. Falam muito do amor. Aquele que surge de pedras, que supera perdas, que se doa ao próximo, o amor de Cristo. Fala do amor fast-food que vivemos hoje no mundo industrial e lembram que o amor é feito em fogo a lenha, onde temos que constantemente buscar o combustível desse amor.

Vários sentimentos são citados em carta, sempre interligando um ao outro, sempre trazendo o amor como parte da solução. É difícil descrever todos os temas abordados, eles se misturam, vão e voltam e se completam. Muitas vezes o que Gabriel escrevia parecia ter vindo de mim, é ele quem quase sempre traz a dúvida e Fábio a serenidade. Gabriel é a chama, Fábio a razão que controla a emoção. Os dois se completam em cartas emocionadas e cheias de poesia.

Algumas passagens foram marcantes para mim:
- A história de Cora Coralina que, apesar da vida cheia de problemas, transformou tudo em amor e poesia.
- A citação de Gabreil sobre a paixão onde, por insistirmos em uma flor, deixamos de ver e cuidar de outras flores em nosso jardim.
- A busca pela liberdade, o mal que fazemos em prender o amor por medo de perdê-lo.
- O vazio do mundo que levam os jovens à drogas e qual o papel dos pais nesse contexto.
- A limpeza dos nosso museu interior para que a próxima pessoa a entrar nele encontre o passado limpo e organizado, seja ele bom ou ruim.
- A passagem do mar vermelho, mostrando que a fé para existir precisa que o homem acredite e dê o primeiro passo.
- A força que se mostra na fragilidade de Madre Tereza.

São tantos assuntos, muitos sem resposta. Na verdade, não é a intenção dar respostas e isso é bom. Confesso que chorei na última carta quando o Pe. Fábio fala da força que vem da fragilidade. Chorei porque percebi que é nos meus momentos mais frágeis que ganho força para mudar minha vida. É na fragilidade do próximo que ganho forças para ajudá-lo. Percebi que não sou fraca, apenas frágil e que isso não é defeito, é um jeito de ser. Pensei na minha fé e vi que preciso entrar no mar para que Deus possa abri-lo. Chorei, pedi perdão e desejei lavar os pés de Cristo com minhas lágrimas.

O livro sozinho não traria tantos sentimentos, ele o fez porque resolvi lê-lo num momento difícil e importante de minha vida. Talvez, dentre tantos assuntos, algum tenha importância na sua vida nesse momento. Cada carta traz à tona um fantasma a ser vencido. Cada palavra uma reflexão sobre a vida. Terminei o livro desejando um amigo para escrever-lhe cartas sobre a vida. Terminei o livro certa de que posso ser mais do que sou, mas que já sou mais do que imagino. Tive a certeza que posso lê-lo novamente, em outros momentos, e encontrar outros confortos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A Carne dos Anjos

Título: A Carne dos Anjos (Shift Pure Cry)
Autor: Siobhan Dowd (1960-2007)
Editora: Agir
Ano: 2009
Tradução: Celina Portocarrero

Só pra variar,comprei mais um livro pela capa, pelo título e pela introdução. Não tinha referências ou indicação de amigos, mas aquele texto inicial me deixou encantada.

Confesso que esperava ter sentido mais emoção. A história é tocante, triste e muito comum nos dias de hoje, infelizmente. Não sei se faltou algo em mim ou no livro, mas apesar de bom não passou os sentimentos prometidos. Será que me acostumei com o sofrimento de meninas inocentes?

A história de Shell nos faz refletir sobre o papel das igrejas na vida dos jovens, a omissão social diante dos problemas do mundo, o pré-julgamento, os vícios e a solidão.

A leitura é simples, palavras bem escritas, mas sem rebuscamento. Bom livro para adolescentes que estão prestes a iniciar uma vida a dois. Talvez eles entendam que é preciso ter amor e respeito com o parceiro e que ter vida sexual sem responsabilidade é colocar em sofrimento muitas outras vidas.

Bem, apesar da ressalva inicial, eu gostei do livro e recomendo.


Introdução oficial do Livro:

"Shell tem apenas quinze anos, mas a vida já é bastante cruel com ela. Depois da morte da mãe, o pai voltou as costas à realidade e entregou-se à bebida, deixando que ela se ocupasse dos dois irmãos menores. Shell não quer mais frequentar a igreja e regularmente falta às aulas na escola. Sem dinheiro em casa, a não ser pelo pouco que seu pai consegue pelos arredores em nome da caridade, sua única distração são os cigarros divididos com Declan, garoto por quem se apaixona, e as conversas com a amiga Bridie. Sem ter com quem compartilhar suas aflições de menina, ela pensa que o espírito de sua mãe retorna à Terra como fantasmhttp://www.acarnedosanjos.com.br/livro.aspa benigno, e de tanto em tanto põe o velho vestido de seda cor-de-rosa, escondido no fundo do armário do pai. Nem mesmo a chegada de um jovem padre, com idéias modernas e nem um pouco moralistas, é capaz de mudar a rotina silenciosa da aldeia de Coolbar. Mas logo Shell se encontrará no centro de um gravíssimo escândalo, que abala os fundamentos da pequena comunidade irlandesa e ecoa por todo o país. Para enfrentar esta provação, ela terá de apelar para toda sua coragem.

Baseado numa história real, A carne dos anjos é um desses romances que nunca deixam o leitor indiferente. Um livro inesquecível sobre adolescência, amor, fé, redenção e esperança.."


Site oficial: http://www.acarnedosanjos.com.br/livro.asp

terça-feira, 4 de agosto de 2009

As Intermitências da Morte


Título: As Intermitências da Morte
Autor: José Saramago (1922, Portugal)
Ano: 2005
Editora: Companhia das Letras

Escondido entre livros que nunca li estava o romance de José Saramago, As Intermitências da Morte. Considerando que, depois que estou morando só, tempo é algo que tenho de sobra, resolvi lê-lo.

A princípio o livro é difícil de ler, digo até que Machado de Assis ficou simples diante dos devaneios de Saramago. Os diálogos não são organizados por travessão, a linguagem é rebuscada e crítica.

Com o passar dos capítulos, já lia os diálogos sem travessão com tranquilidade. Também me acostumei com as palavras e nem percebia tanto o rebuscamento. Até me simpatizei com aquele jeito de escrever, Para mim é algo que senti também quando me acostumei com Machado de Assis. O difícil se torna atraente, assim como na vida.

Outra dificuldade era ter que voltar uma ou duas páginas porque, na tentativa de ler um pouco mais, me perdia num sono e não lembrava a leitura no dia seguinte, fato pouco comum em outros livros.

A história não é original, eu já pensava muitas vezes como seria o mundo sem morte, sabendo o quanto a morte é importante para a vida. Original mesmo são as inúmeras situações descritas na fase um, não exatamente pela ausência da morte e sim pelo desespero humano diante desta perda. Importante ressaltar a humanização da morte, fato que torna o livro empolgante e ocorre com intensidade na fase dois do livro. O final, fase três? O resurgimento da morte. Surpreendente.

O que posso concluir é que se quiser algo diferente, algo para trabalhar os neurônios, leia este livro. Não se assuste com as primeiras folhas; acostume-se, vá adiante. Assim que chegar de 1/3 a 1/2 do livro, tudo ficará mais interessante e se chegar ao final, dê um sorriso de satisfação e compartilhe a felicidade com a morte.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Segredos Destruidores


Título: STILLWATCH - Segredos Destruidores
Autor: Mary Higgins Clark
Editora: Record
Tradução: Gilson Soares
Ano: 2007

Aproveitando as férias conclui mais uma leitura. Dessa fez o livro foi emprestado por Rosinha. Eu nunca tinha lido nada sobre crimes e mistérios, não conseguia, mas esse livro eu consegui levar até o fim.

Patrícia Traymore (Pat) é uma apresentadora de sucesso e credibilidade cujo interesse é fazer um programa sobre a senadora Abigail Jennings, mulher que Pat admira. Depois de enviar uma carta à senadora, Pat é chamada para trabalhar em um emissora de Washington para fazer o documentário sobre a senadora. Pat tinha outros interesses além do programa: rever Sam, o amor da sua vida, e descobrir a verdadeira história do assassinato de seus pais quando ela ainda era uma criança de 3 anos e por pouco não morreu. O que Pat não sabia é que Abigail era a provável indicação para vice presidente.

A vinda de Pat causa apreensão e espectativa em muitas pessoas, pois a aparente história correta de vida de Abigail estava envolta em mistérios e assuntos mal contados. Por este movito, Pat recebe ameaças para não fazer o programa, mas não leva a sério. Quanto mais Pat pesquisa a vida de Abigail, mas os fatos parecem confusos e misteriosos. Toby, Eleanor e Arthur são alguns dos personagens que completam a trama e determinam o enredo do livro.

O livro é bem contado, mas é previsível e não dá para saber a época em que a história se passa. Ideal para roteiro de filmes americanos onde o mordomo é o culpado e a mocinha é salva pelo herói. A linguagem é simples e interessante, com muitos diálogos e palavras acessíveis. No geral eu digo que, embora não seja nenhum exemplo de obra literária, é um bom livro de ficção e uma boa indicação de leitura.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A Cabana


Título: A Cabana
Autor: William P. Young
Editora: Sextante


Hoje o colega me passou um email com o link para o capítulo 01 de "A Cabana". Percebi que li o livro e não o comentei aqui.

A Cabana é um livro de ficção que nos traz um conceito muito importante sobre a Trindade (Deus, Jesus e Espírito Santo) e sobre a fé. Me pareceu um daqueles livros feitos para explicar sobre a fé para quem como eu não tem religião, mas acredita em Deus, em Jesus e em uma força positiva que age em nossas vidas.

O livro conta a história de um homem (Mackenzie) marcado por duas tragédias, uma na infância com seu pai e outra na vida adulta com sua filha. Diante do sofrimento vivido, Mackenzie se questiona sobre Deus e o motivo de tamanho sofrimento. Um dia Mackenzie recebe uma carta de Papai (Deus) o chamando para ir à cabana onde sua filha foi assassinada. Ignorando o fato de poder ser uma armação do assassino, ele aceita o convite e, escondido de sua esposa, vai até o local marcado. Lá encontra com Deus, Jesus e o Espírito Santo que aproveitam do sofrimento para trazê-lo de volta à fé e ao perdão.

A graça do livro é ver conceitos religiosos irem por água abaixo. Deus, Jesus e o Espírito Santo são seres únicos e bastante humanos, chegando a ser cômicos. O livro traz as perguntas mais comuns feitas por cada pessoa e nos deixa uma ótima lição de vida e fé: Deus, Jesus e o Espírito Santo são o mesmo ser. Jesus veio à Terra para trazer os homens para perto de Deus e pagou na cruz pela nossa liberdade. Ele é de todos o mais humano. Deus fez o homem à sua imagem e semelhança e todos somos filhos Dele, por isso Deus não pode negar, privilegiar ou castigar seus filhos. Ele só pode amá-los e tentar ajudá-los a encontrar o melhor caminho, para isso transforma tragédias em lições de vida. Por fim fica a maior mensagem: Para melhorar nossa própria vida, precisamos amar e perdoar nossos irmãos, seja qual for o motivo da nossa dor.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Autor de Anjos e Demônios prepara mais um livro


Texto retirado do Jornal A Tardem em 14/05/09

Dan Brown, autor de O Código da Vinci e Anjos e Demônios, anunciou que vai dar continuidade às histórias em que o simbologista Robert Langdon é o protagonista. Previsto para ser lançado no dia 15 de setembro nos Estados Unidos e Canadá, o novo romance se chamará O Símbolo Perdido. A tiragem inicial de cinco milhões de exemplares indica que o livro será o próximo candidato a best-seller.

No Brasil, a obra será lançada em dezembro pela editora Sextante, com tiragem inicial de 300 mil exemplares. Assim como Código da Vinci e Anjos e Demônios, os direitos da obra já foram comprados pela Sony Pictures e há grandes chances de que novamente seja dirigido por Ron Howard e estrelado por Tom Hanks. O enredo, com receio de surgirem obras parecidas, não foi divulgado pelo autor. Brown também é autor de Ponto de Impacto e Fortaleza Digital.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Travessuras da menina má


Título: Travesuras de la niña mala (Travessuras da menina má)
Ano: 2006
Autor: Mario Vargas Llosa
Editora: Alfaguara - Editora Objetiva
Tradução: Ari Roitman e Paulina Whacht
Personagens principais: Ricardo Somocurcio (Ricardinho; bom menino) e Otilia (Lily, a chilenita; a camarada Arlette; madame Robert Arnoux; Mrs. Richardson; Kuriko; madame Ricardo Somocurcio e menina má)

Essas semanas pude ler o famoso livro Travessuras da menina má, de Mario Vargas Llosa. Uma amiga me emprestou com a seguinte observação: - No inicio é um pouco chato, mas depois fica ótimo. Todos aqui leram e gostaram. Diante de tal afirmação, me senti obrigada a ler as inacabáveis páginas monótonas até encontrar algo bom.

A trama tem início no Peru, em 1950 quando Ricardinho conhece as chilenitas e se apaixona por uma delas, Lily. Para ela é amizade, mas para ele é o início de uma paixão sem fim.

O destino separa os dois até Ricardo realizar o sonho de morar em Paris, trabalhando como tradutor. Lá, por destino, encontra a camarada Arlette que, nada mais, nada menos, era a chilenita. Após um encontro amoroso, a guerrilheira precisa ir a Cuba e os dois se seperam. O bom desse capítulo é justamente entender um pouco sobre as revoluções dos anos 60 e perceber que, assim como o Brasil, tantos outros países sofreram e mudaram com a revolução.

O trabalho de tradutor leva Ricardo à Inglaterra onde, novamente por destino, encontra o conterrâneo Juan, o retratista de cavalos. Por intermédio dele conhece madame Robert Arnoux, a esposa do membro da Unesco, sua chilenita. A chilenita transforma-se na senhora Arnoux para fugir de Cuba em segurança. Novamente a história de amor é breve até que a chilenita largue tudo para viver com Mrs. Richardson, um homem com mais dinheiro e poder que Robert Arnoux. Nesse contexto, o melhor é a história de Juan, do movimento hippie, da decadência ocorrida pelo uso de drogas e o surgimento da AIDS.

O ápice do livro ocorre no quarto encontro entre Ricardo e a chilenita, através de Salomon Toledano, o intérprete do Chateau Meguru. Ricardo e Salomon vivem uma breve amizade até que, a trabalho, Salomon vai ao Japão e lá se apaixona por uma japonesa que conhece a menina má. Sabendo dessa notícia, Ricardo vai ao Japão e encontra chilenita que vive com o sr. Fukuda, um marfioso sadomasoquista. Ricardo tem, nesse momento, a pior decepção de sua tímida vida.

Afastados mais uma vez, Ricardo e a chilenita se encontram em Paris, onde ela chega muito debilitada e frágil. Tudo começa com um telefonema da chilenita atendido por Yilal, o menino sem voz. Essa notícia faz Simon e Helena Gravoski, amigos e visinhos de Ricardo, se interessagem pela história de Ricardo e insentivarem ele a perdoar e reviver esse amor. Neste capítulo ocorre, para mim, a parte mais bonita do livro, onde realmente eu encontrei motivos para lê-lo. Isso já é a metade do livro. Neste capítulo é possível tomar afeição pela menina má e perdoar seus devaneios. A menina má finalmente se torna a madame Ricardo Somocurcio.

Numa viagem ao Peru para rever seu tio Ataúlfo, Ricardo conhece, através do seu primo Alberto, Arquimedes, o construtor de quebra-mares e logo percebe que está diante do próprio sogro. Neste momento descobre que o verdadeiro nome da chilenita é Otilita ou Otília. Descobre a infância difícil, a pobreza e acredita que sejam motivos sufientes para justiticar todas as travessuras da menina má.

O último e definivo encontro ocorre em Lavapiés, na Espanha, onde Ricardo vive com Marcela, uma artista que montava cenários para peças, 20 anos mais jovem que ele. Nesse tempo Ricardo já tinha 54 anos. A menina má, após sofrer um câncer generalizado procura Ricardo, declara seu amor e resolve viver com ele até os últimos dias de sua agitada vida.

Fica no ar uma dúvida: Por que a menina má causa tanto alvoroço em quem lê?
Talvez porque no fundo de nossas almas desejamos um amor puro e verdadeiros, desses que nos aceitam como somos, nos perdoam e vivem para nós. Outro motivo porque desejamos sair das nossas monótonas vidas sem perder o porto seguro. Talvez, principalmente talvez, porque todos vivemos envoltos, assim como a menina má, nos próprios personagens que criamos com a diferença que não temos forças para nos livrar deles e recomeçar.

Encontrei um blog que faz uma resenha interessante sobre o livro, admito, bem melhor que a minha. Que tal lê-la? http://alessandraalves.blogspot.com/2008/07/para-gostar-de-ler-travessuras-da.html
Eu tive a impressão, ao ler o livro, que existia sentimentos do próprio autor na história, mas não tinha associado a questões políticas. É um contexto bem interessante.

terça-feira, 10 de março de 2009

A Caixa dos Segredos

Título:A Caixa dos Segredos
Autor:August Gold e Joel Fotinos
Editora: Ediouro

Essa semana terminei de ler A Caixa dos Segredos. O livro foi emprestado por minha mãe que o comprou pelo título, tive a quem puxar. A princípio não dei nada pelo livro, imaginei um daqueles textos me convencendo que eu deveria colocar o desejo numa caixa e ficar esperando acontecer, mas o livro surpreendeu tanto pelo conteúdo como pela forma de escrita.

Com uma linguagem simples e clássica, o livro conta a história de um homem que carregava uma maldição familiar de morrer jovem, por isso sempre vivia com medo de morrer ou perder as pessoas que amava. Quando criança, para passar seus medos, sempre recorria a um velho sótão que era seu guru. Na juventude conhece uma moça com quem casa e tem dois filhos. Em um momento de angústia, o homem encontra uma caixa com um segredo que, compartilhado, mudou a vida de muitas pessoas de uma cidade.

A essência do livro está em mostrar que com fé é possível alcançar os desejos mais íntimos. A diferença do livro está no fato de que tudo o que pedir terá que construir, Deus apenas dá os meios para que a própria pessoa realize seus sonhos. Qdo se deseja algo deve-se ter exata certeza do que deseja, pois uma vez pedido não pode ser mudado.

Outro ponto importante é a reconstrução, quando o autor fala que as perdas também são importantes para construir as vitórias. Na natureza sempre há perda. Uma árvore perde suas folhas para alimentar seu solo, perde seus frutos que alimentam pássaros e plantam novas sementes. Um animal deixa sua terra em busca de um lugar melhor. Embora o caminho seja difícil e perigoso, encara a perda como algo natural.

Assim devemos ser. Desejar exatamente o que queremos para nós e para os outros, sabendo que o outro também tem seus próprios desejos e não devemos desejar ao pŕoximo nada que não queiramos para nós. Devemos lembrar que nós construiremos aquilo que desejamos, então se desejamos felicidade, prosperidade e paz, contruiremos coisas boas, mas se desejamos guerra, doença ou mal a alguém teremos que conviver com coisas ruins. Deus está presente para nos ouvir, nos ensinar a pescar, basta dizermos exatamente os nossos sonhos e transformarmos perdas em vitórias.

Dedico este comentário a Carla, porque falei do livro a ela.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Crônicas do Cotidiano, Tempo de Delicadeza

Essa semana, ao fazer compras no mercado, levei para casa dois livros de crônicas, daqueles bem baratinhos que a gente coloca junto com o mercado e nem sente no bolso, L&PM Poket. Um deles é Crônicas do Cotidiano, de Martha Medeiros ou outro é Tempo de Delicadeza, de Affonso Romano de Sant´Anna. Sabem do meu apreço pelo que Martha escreve porque quando leio algo dela parece que fui eu quem escrevi, embora nem sempre concorde com tudo, o que a torna melhor ainda.

A primeira crônica é "Ponto G". Eu li e pensei: é Martha, já passei dessa fase. Então passei para a segunda, "Religião e Infidelidade", e pensei: Ai meu Deus, preciso rápido frequentar uma igreja. Acho que só vão entender se forem agorinha na net encontrar essas crônicas ou, melhor, comprar o livro.

Após Martha, ou junto com o dela, quero muito ler Tempo de Delicadeza porque o título e a apresentação me agradaram muito. Imaginem alguém que defende, em plena turbulência capitalista, que devemos ser cruelmente delicados. Pois este é o tema pricipal das crônicas do poeta Affonso Romano.

Para quem quer duas sugestões boas e baratas, é só ir ao mercado ou banca mais próxima, comprar por R$8,00 e vir aqui comentar o que achou do texto. Boa leitura.